7ª Temporada - "Vendesse" (1)
Comandante Guélas
As Viagens do Galeão “Vendesse”
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"Vendesse"
Uma parte do acordo entre o Comandante Guélas e o Conselho da Revolução, que permitiu a independência de Paço de Arcos, mas com a condição de não dizer nada, proibia ofuscar os “Descobrimentos Portugueses”, uma brincadeira, com os “Descobrimentos Paçoarcoenses”, uma epopeia, durante 50 anos. E o tempo já passou!
Tudo começou quando o jovem Caveirinha, candidato a marujo, entrou na Secretaria do Porto de Cascais para registar uma embarcação, cuja terça parte lhe pertencia, sendo os restantes de proprietários indeterminados.
- Nome com que pretende registar o navio? – Perguntou a senhora insinuando-se com a prateleira.
- “Vende-se”!
- “Vende-se”?? Não autorizado!
- Então, “Aluga-se”!
- “Aluga-se”?? Jovem, está a gozar com a autoridade marítima?
- Gozar com a autoridade dos mares, eu? Nunca, sou de boas famílias e vizinho do Milhas!
O futuro corsário Caveirinha coçou a cabecinha e retorquiu:
- “Vendesse”!
- Ah agora sim, um nome romântico, uma namorada francesa! – Disse a funcionária com um sorriso maroto e de novo com as poitas a jeito.
O Galeão “Vendesse” depressa se tornou uma lenda após o dono do um terço, o Caveirinha, tirar o “Curso de Pirata” no “Côco Verde” dos Castanhos, em Tavira. Foi lançado à água três dias depois do desembarque da “Invencível Armada” do Querido líder na Praia Velha, na presença das altas individualidades da vila-Estado de Paço de Arcos, nomeadamente, Sete Solas, Chora na Penca, Lucinda Careca, a nova Procuradora, Pinga Azeite e Coquicha. O padre Cândido abençoou a chata e o Comendador Daniel José Martins de Almeida cantou o Hino Nacional, o “É motorista”, acompanhado pela Fanfarra dos Bombeiros Voluntários, onde se destacou, a esgalhar a gaita, o Álhi, um homem da paz. E o primeiro milagre aconteceu! Quando o Galeão foi lançado à água, uma rajada de vento vinda diretamente das cuecas do Graise varreu o areal, lançando o Cinzento ao Tejo, tendo ainda reflexos para agarrar-se a um pano duma barraca, levantar voo, e trazer a reboque o “Vendesse”, inventando uma nova modalidade, o “Fodasse” (atual “Kitesurf”), que permitiu fazer logo naquele dia a primeira descoberta, o Areal do Bugio.
- Está cheio de ninfas, - gritou o agora corsário oficial de Paço de Arcos, o Caveirinha, para a tripulação, os marinheiros da 3ª classe do professor Coelho, Ratinho Blanco e Espalha.
À espera dos heróis não havia índios, porque estavam todos na Terrugem de Cima, mas sim gaivotas com a cara da Tita dos Pés Sujos, a grasnarem por sexo
Neste dia os Castanhos aperceberam-se da oportunidade de negócio, foram buscar o “Côco Verde” a Tavira, instalaram um potente motor de 4 cavalos, e inauguraram a carreira Doca – Bugio – Doca, até um dia ouvirem um peido, não do Velhinho, mas da máquina, tendo sido necessário chamar o reboque do SANAS. Foram recebidos como heróis na Praia Velha, tal como o Gago e o Sacadura no Rio de Janeiro.